PATOLOGIA, TERAPIA NAS CONSTRUÇÕES – O QUE É ISTO? :::
 

As edificações, como os homens, são concebidas, nascem, vivem, cumprindo a missão para a qual foram projetadas; algumas poucas vezes morrem em velhice, muitas morrem assassinadas pelo progresso, que as substitui por edificações mais de acordo com as necessidades atuais, e algumas delas adoecem. Tratadas em tempo as suas doenças, são elas recuperadas; outras vezes, quando não tratadas convenientemente, a edificação vem a perecer dessa mesma doença.


Estas palavras vêm traduzir o que sabemos por conhecimento apenas, ou mesmo, por experiência própria, na convivência com problemas em construção civil com paredes de alvenarias e com estruturas de concreto armado, semelhantes aos do corpo humano (com estrutura óssea e carne). Poderíamos até, a título ilustrativo, comparar as doenças às quais o ser humano está sujeito com as doenças que as edificações de maneira geral podem apresentar na fase conceptiva, executiva, durante a utilização das mesmas e, em especial, como conseqüência de exposição ao meio em que se encontram.


As antigas edificações, por utilizarem grandes quantidades de concreto, em geral davam origem a estrutura de exagerada robustez, que encurtavam as dimensões dos ambientes. As construções modernas, em razão do surgimento de materiais de tecnologia avançada e do emprego de menos massa, dão origem a estruturas esbeltas, que proporcionam ambientes de maior área.

Essa mudança – sem querer com isso afirmar que as construções do passado eram mais seguras que as atuais – pode estar facilitando o aparecimento de algumas anomalias na estrutura em concreto. Seria essa a única causa responsável pelo aparecimento, por exemplo, de trincas, fissuras, recalques diferenciais ou corrosão de armadura ? É certo que não, pois ocorrência de incêndio, emprego de materiais de baixa qualidade, uso inadequado, erro de cálculo e desrespeito a algumas normas básicas de construção também dão a sua cota de contribuição.


Independentemente do motivo que levou a construção a apresentar uma dessas anomalias, o primeiro passo a ser dado é sempre o mesmo em qualquer caso. Assim como um médico analisa um paciente para poder formar o quadro clínico e, paralelamente, estudar a origem, sintomas e a natureza das doenças ( PATOLOGIA ), na construção, o patologista deve proceder uma vistoria na obra com a finalidade de constatar os danos presentes. Tal avaliação envolve a verificação da resistência da construção e seus limites de segurança. E somente então se decide pela simples recuperação ou pelo reforço da obra comprometida.


Conhecido o quadro clínico, o médico administra a situação, utilizando-se dos remédios existentes para curar ( TERAPIA ), na hipótese menos desejada, conviver com as doenças.

Na medicina humana, os recursos tecnológicos permitem aos seus profissionais trabalharem com a medicina preventiva. Assim, também, em se tratando de construções, esta ciência – a PROFILAXIA – se ocupa das medidas necessárias à preservação ou medidas preventivas contra as enfermidades.


Nas edificações, a PROFILAXIA envolve a atividade do especialista ainda na fase de projeto, pois, a experiência mostra que uma concepção inadequada vai trazer sérios transtornos, tanto para os usuários como para a construtora que, sob a Lei de Direitos ou Garantia do Consumidor a responsável deverá consertar aquilo que está em desacordo com as regras de boa edificação.
 

 

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